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Jackeline Riqueira
16 de abr. de 2024
Explorando abordagens sistêmicas para a sustentabilidade: desafios enfrentados no contexto brasileiro e como modelos de sustentabilidade podem ser aplicados em nosso cenário.
O Brasil, como muitos países ao redor do mundo, enfrenta desafios significativos em sua jornada em direção à sustentabilidade. Desde a preservação da Amazônia até a gestão de recursos hídricos, as questões ambientais e socioeconômicas são complexas e interconectadas. Mas como podemos enfrentar esses desafios de forma eficaz e holística?
Imagine se pudéssemos abordar esses problemas de forma sistêmica, considerando não apenas os aspectos ambientais, mas também os econômicos, sociais e políticos. E se pudéssemos integrar diferentes disciplinas, tecnologias e perspectivas para encontrar soluções inovadoras e duradouras? É aqui que entra o pensamento sistêmico e cibernético.
O que é pensamento sistêmico e pensamento cibernético? O pensamento sistêmico considera os sistemas como entidades compostas por partes interconectadas que influenciam mutuamente seus comportamentos e resultados. Ele enfatiza a importância de entender as inter-relações e interdependências entre os elementos de um sistema, bem como os padrões emergentes que surgem dessas interações. Por outro lado, o pensamento cibernético explora os sistemas a partir de uma perspectiva de feedback e controle, inspirada no funcionamento dos sistemas cibernéticos encontrados na natureza e na tecnologia. Essa abordagem visa entender como os sistemas se autorregulam e se adaptam às mudanças no ambiente, usando mecanismos de retroalimentação e feedback para alcançar seus objetivos. Juntos, o pensamento sistêmico e cibernético oferecem uma lente poderosa para analisar e abordar os desafios complexos da sustentabilidade, fornecendo insights valiosos sobre como podemos criar sistemas mais resilientes e adaptativos para um futuro sustentável.
O Congresso WOSC 2017
O Congresso WOSC 2017, realizado com o objetivo de promover abordagens multidisciplinares para enfrentar problemas sociais contemporâneos, ofereceu uma plataforma para cientistas, acadêmicos e pesquisadores de todo o mundo discutirem e compartilharem suas contribuições para a ciência da sustentabilidade. O congresso destacou a importância do pensamento sistêmico e cibernético para compreender e abordar os desafios complexos da sustentabilidade. Ray Ison, cientista ambiental australiano e participante do WOSC 2017, realize uma riquíssima discussão sobre a governança no Antropoceno.
O contexto brasilero
No contexto brasileiro, a governança e as políticas para a sustentabilidade são temas de grande relevância e complexidade. O país possui uma vasta legislação ambiental, como o Código Florestal e o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que refletem a preocupação com a preservação dos recursos naturais e a promoção do desenvolvimento sustentável. No entanto, a efetiva implementação e fiscalização dessas políticas têm sido desafiadoras, levando a questões como desmatamento ilegal, degradação ambiental e conflitos socioambientais.
Nesse contexto, o artigo discute o uso de modelos de referência na governança para a sustentabilidade, trazendo reflexões importantes sobre como o Brasil está abordando essas questões. Os autores avaliam especificamente o funcionamento sistêmico da "tripla-hélice", um modelo de referência que considera a interação entre universidades, governo e indústria na governança para a sustentabilidade. Através dessa análise, eles identificam lacunas na governança e propõem estratégias para uma abordagem mais integrada e eficaz.
Uma análise sistêmica como essa é fundamental para compreender as complexas interações entre os diferentes sistemas socioeconômicos e ambientais que influenciam a eficácia das políticas de sustentabilidade. Isso envolve não apenas a consideração das leis e regulamentações existentes, mas também o papel das instituições, atores e processos envolvidos na formulação e implementação dessas políticas. Além disso, é necessário adotar abordagens inovadoras de monitoramento e avaliação, utilizando tecnologias como sensoriamento remoto e big data para acompanhar o progresso e identificar áreas de intervenção prioritárias.
Portanto, o Brasil enfrenta o desafio de traduzir suas políticas ambientais em ações efetivas que promovam a sustentabilidade em todas as suas dimensões. Uma abordagem sistêmica e integrada é essencial para superar esses desafios e garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras.
Então, o que você acha? Está pronto para pensar de forma sistêmica e ajudar a moldar um futuro mais sustentável para o Brasil e o mundo? Junte-se à conversa e vamos fazer a diferença juntos!
Referências:
Ison, R., Blackmore, C., Collins, K., Holwell, S., & Iaquinto, B. (2018). Governing in the Anthropocene: Contributions from Systems and Cybernetics. International Journal of Environmental Policy and Decision Making, 4(3), 191-214.
Schwaninger, M. (2017). Cybernetic Systemic Framework for Environmental Restoration. Systems Research and Behavioral Science, 34(5), 610-627.